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Mulheres e HIV/SIDA: Os Silêncios e as Vozes em Moçambique, Africa do Sul e Brasil – Políticas públicas e acesso aos serviços de saúde


Isabel Maria Casimiro

Abstract

A epidemia da SIDA cresce em Moçambique, África do Sul e Brasil, com magnitudes diferentes, sendo também diferentes os  enfoques e as respostas institucionais para o seu desafio e as estratégias das forças sociais na defesa do direito à saúde. Esta epidemia toma rumos opostos em relação às políticas de saúde adotadas pelos três países, aproximando-se, todavia, quando se analisam os impactos da SIDA em situações de vulnerabilidade frente à pobreza, desigualdades de género e raça. A dimensão é distinta nesses países. Contudo a expressão da vivência com HIV/SIDA aponta similaridades, numa conjuntura internacional de globalização económica, com incidência de políticas de ajuste estrutural sobre as políticas sociais. A pesquisa envolvendo a Universidade Eduardo Mondlane, a de Cape Town e a Federal de Pernambuco, pretende aprofundar os significados e conteúdos dessas desigualdades para entender quais os reais bloqueios e avanços para o acesso aos serviços de referência para SIDA. Queremos perceber os preconceitos e os medos que envolvem a vida dos portadores da doença. Interessa-nos discutir como estão organizados os serviços de saúde e como isso se repercute na vida de mulheres, mas também de homens, marcados por desigualdades de rendimento, género e cor/etnia, que precisam do apoio do Estado, das políticas públicas – de saúde, assistência social, habitação, educação e outras, nem sempre efectivas e presentes.


Palavras-chave: Políticas Públicas; Saúde; desigualdades sociais; HIV/SIDA.

 

AIDS epidemic is growing in Mozambique, South Africa and Brazil, with different magnitudes, and different institutional responses  to the epidemic and also the strategies of the social forces defending the human right to health. This epidemic takes opposite  directions in relation to health policies adopted by the three countries, when considering the impacts of AIDS in vulnerable   situations to poverty, gender inequalities and race. However, the expression of living with HIV/AIDS  shows similarities, in an   international context of economic globalization. Research involving Eduardo Mondlane University, Cape Town and the Federal de  Pernambuco, in Brazil aims to deepen the meaning and content of these inequalities. This article seeks to understand prejudices  and fears surrounding the life of HIV/AIDS sufferers. It discusses how health services are organized and how it affects the lives of women, but also men, marked by income, gender and color/ethnicity inequalities, who need state support of public policies – health, social care, housing, education and other, which are not always effective and available.

Key Words: Public Policies; Health; social inequalities; HIV/AIDS.

 


Journal Identifiers


eISSN: 0850-3907